Rio de Janeiro – O Festival do Rio encerrou sua 27ª edição neste domingo (12) no Cine Odeon, consagrando o cinema nacional em uma festa que reuniu 140 mil pessoas – um recorde de público – e exibiu mais de 300 filmes em dez dias.
A noite de encerramento confirmou a vitalidade e a diversidade da produção brasileira, com a volta dos prêmios do voto popular e uma forte presença feminina e de representatividade nas premiações.
O Grande Vencedor da Noite
O grande destaque da Première Brasil foi o longa de ficção “Pequenas Criaturas”, dirigido pela brasiliense Anne Pinheiro Guimarães, que levou o prestigiado Troféu Redentor de Melhor Longa de Ficção.
Emocionada, a diretora ressaltou a natureza pessoal do trabalho: “Esse prêmio é da equipe toda. É uma obra sobre maternidade, saudade e o tempo,” afirmou à Agência Brasil. O filme, que teve sua estreia mundial no festival, será lançado comercialmente no primeiro semestre de 2026.
Diversidade e Representatividade em Destaque
O festival reforçou seu papel como vitrine de novas vozes e olhares:
- Estreia de Tainá Müller na Direção: O prêmio de Melhor Documentário foi para “Apolo”, dirigido por Tainá Müller e Ísis Broken. A atriz celebrou o reconhecimento, destacando que o filme “fala sobre diversidade e sobre dar voz a quem é marginalizado.”
- Representação Trans e Negra: O prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante foi para Diva Menner por “Ruas da Glória”. Menner dedicou a conquista: “Sou uma travesti preta e dedico este prêmio às minhas ancestrais.”
- Atrizes Premiadas: Klara Castanho foi eleita Melhor Atriz por “#SalveRosa”, enquanto Ana Flavia Cavalcanti venceu na mostra Novos Rumos por “Criadas”.
Outro grande vencedor da noite foi “Ato Noturno”, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, que levou o Prêmio Félix de Melhor Filme Brasileiro e Melhor Roteiro, além de render o prêmio de Melhor Ator para Gabriel Faryas.
O Fortalecimento do Audiovisual Brasileiro
A diretora do evento, Ilda Santiago, celebrou a vitalidade da edição, ressaltando que o Festival do Rio é um “espaço essencial para o cinema brasileiro e para o encontro entre realizadores e plateia.”
Em um ano em que o cinema nacional já celebra o sucesso de “Ainda Estou Aqui” (vencedor do Oscar), a 27ª edição do festival, que incluiu 120 produções brasileiras, consolidou o entusiasmo e a retomada da produção, garantindo seu papel como o principal polo audiovisual da América Latina.
Fonte: Agência Brasil. Reportagem de Anna Karina de Carvalho. Publicado em 13/10/2025.