O município de São João da Barra conquistou reconhecimento internacional ao ter o projeto “Soluções Baseadas na Natureza para a Resiliência Costeira” selecionado para a Incubadora de Projetos Solução Natureza, iniciativa da Fundação Grupo Boticário em parceria com a rede global C40 Cities.
No estado do Rio, apenas Niterói e a capital fluminense também foram escolhidas, fazendo de São João da Barra o único município do interior a receber a distinção.
Ações previstas
O projeto prevê a implantação de um laboratório e um banco de sementes no Espaço da Ciência, fortalecendo o programa Orla Viva SJB, que atua em quatro frentes:
- Restauração da vegetação de restinga
- Educação ambiental
- Gestão de resíduos
- Engajamento comunitário
O objetivo é enfrentar a erosão costeira e os impactos da elevação do nível do mar, que ameaçam comunidades, ecossistemas e a biodiversidade local.
Com a seleção, o município passará a contar com consultoria especializada, capacitação e conexão com instituições financeiras nacionais e internacionais para viabilizar as ações.
Reconhecimento internacional
Segundo a secretária municipal de Meio Ambiente, Marcela Toledo, a escolha reforça o papel de São João da Barra no cenário global:
“A seleção amplia este trabalho, trazendo suporte técnico e estratégico para consolidar ações contínuas e projeta o município como exemplo de cidade que alia ciência, natureza e participação social.”
O projeto conta ainda com apoio do Consórcio Integrado de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (CIDENNF), que reconhece a erosão costeira como pauta estratégica regional.
Próximos passos
A próxima etapa será a apresentação do projeto no C40 World Mayors Summit 2025, de 3 a 5 de novembro, no Rio de Janeiro, evento que antecede a COP30, em Belém (PA). A prefeita Carla Caputi representará o município ao lado de líderes como Sadiq Khan (Londres), Eduardo Paes (Rio de Janeiro) e Anne Hidalgo (Paris).
Em Atafona, distrito de São João da Barra, ocorre uma das erosões costeiras mais severas do Brasil, já mencionada em relatórios da ONU. Mais de 500 casas foram destruídas, colocando comunidades pesqueiras em risco.
“Levar essa pauta ao palco internacional é dar voz a uma comunidade que luta diariamente pela sobrevivência de suas terras e pela preservação da biodiversidade”, reforçou Marcela Toledo.
A conquista coloca São João da Barra no centro do debate climático global e amplia as chances de captação de recursos estratégicos para soluções inovadoras em resiliência costeira.